A operação mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar, com o objetivo de cumprir mandados de prisão contra lideranças e integrantes do Comando Vermelho. Segundo as autoridades, a facção vinha ampliando seu domínio sobre territórios estratégicos usados para o tráfico de drogas e armas. Durante o confronto, houve bloqueio de vias, incêndio de veículos e até o uso de drones com explosivos por parte dos criminosos. O clima nas comunidades foi descrito por moradores como o de uma verdadeira zona de guerra.

As consequências foram imediatas. Escolas suspenderam as aulas, linhas de ônibus deixaram de circular e o comércio local fechou as portas. O pânico tomou conta da população, que ficou confinada dentro de casa durante os intensos tiroteios. Entidades de direitos humanos classificaram a ação como a mais violenta já registrada no Rio de Janeiro e cobram investigação sobre o número de mortos e a forma como a operação foi conduzida.

O governo estadual defende a operação afirmando que o objetivo foi restaurar a ordem e o controle do Estado em áreas dominadas pelo crime organizado. Especialistas, no entanto, alertam que ações desse tipo, embora impactem momentaneamente o poder das facções, não resolvem os problemas estruturais que alimentam a violência nas favelas, como a falta de oportunidades, políticas sociais e presença efetiva do Estado.

A megaoperação no Rio reacende o debate sobre os limites do uso da força e a necessidade de políticas públicas que vão além do confronto armado. Com 119 mortos confirmados e um número incerto de desaparecidos, o episódio entra para a história como um dos mais trágicos e controversos da segurança pública brasileira.